A sinestesia é uma condição neurológica do
cérebro que interpreta de diferentes formas os sinais percebidos pelo nosso
sistema sensorial. É uma confusão neurológica que provoca a percepção de vários
sentidos de uma só vez. Essa condição não é considerada uma doença mental, e
sim uma forma diferente que o cérebro tem de interpretar os sinais. Uma em cada
duas mil pessoas têm sinestesia, e essas pessoas podem ver sons, sentir cores
ou o paladar das formas.
A sinestesia é um processo involuntário do cérebro, e
sua causa ainda é desconhecida. Acredita-se apenas que ela tenha causa
hereditária, seja mais comum em mulheres e em pessoas canhotas. “A sinestesia é
comum em algumas famílias, e está relacionada a pelo menos três cromossomos”,
diz a psicóloga britânica Julia Simner, da Universidade de Edimburgo, na
Escócia.
Em 1960, John Locke descreveu pela primeira vez a
sinestesia, ao relatar o caso de um cego que percebeu o que era a cor vermelha
pelo som de uma trompa. Na medicina, o primeiro caso registrado de sinestesia
se deu em 1922 com uma criança de quatro anos de idade.
As associações sinestésicas podem estimular a memória,
por isso vários artistas, músicos, escritores, dentre outros, mencionam a
sinestesia como um importante componente em seus trabalhos. No século XIX, um
artista podia se passar por sinestésico para ficar mais próximo do invulgar, do
excêntrico e até da perfeição humana. O artista plástico russo Kandinsky sentia
fascínio pelos sinestésicos, e utilizou a sinestesia entre a música e a pintura
para inspirar suas obras.
As pesquisas sobre tal assunto tiveram início há
poucos anos, por isso não se tem um teste que comprove adequadamente se a
pessoa é ou não sinestésica. O teste mais utilizado atualmente foi
desenvolvido pelo professor de psicopatologia do desenvolvimento Simon
Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge. O teste, chamado de Teste da
Genuidade (TG), mede a estabilidade da relação entre estímulos e respostas ao
longo do tempo. Uma sequência de estímulos (cores, sons, odores, palavras) é
apresentada ao provável sinestésico, e em seguida suas respostas sensoriais são
registradas. Outro teste é feito baseando-se na pesquisa visual. Em um quadro
com letras em branco e preto estão “escondidas” outras letras vistas pelo
sinestésico como coloridas.
Autora: Paula Louredo
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Sente-se confortavelmente. Relaxe seu corpo com calma e abandono, respire com prazer. Acione a música e feche os olhos.
Em meu corpo correu um mar de verdes, azuis violetas e roxos, espirais e recuos de onde surgem ondas e espuma de um (rio)mar. Transformação. Ocre aço, laranja terra, terra na boca, pesadas paredes brancas espreitando nuvens de chubo e raios de sol correndo com o vento sobre a terra quente. Volta o rio, volta o mar.
O que correu no seu?
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